Lá no beco da ti’Juliana
logo logo tem a cantina do Dias mulungo
e há uma árvore que sabe das coisas
ela viu tudo, tudo.
A luz do jeep cinzento
as fardas pretas e os bastões
viu as botas ouviu os gritos
ela viu tudo, tudo
lá no beco da ti’Juliana
onde o caniço está partido
eles bateram, bateram, bateram
no fim das luzes ficou um corpo caído
mais o caniço, tudo partido
nem o Dias nem ninguém
abriu uma janela, uma porta, um grito
a ti’Juliana dormia sem sono
a árvore viu tudo tudo.
Foi lá no beco escondido,
as fardas pretas arrombaram o caniço;
as botas pisaram, os bastões bateram
e a árvore viu tudo tudo
De manhã passos de criança
sob a árvore que sabe das coisas
misturaram areia ao sangue caído
lá, onde o caniço está partido
os pés correram as mãos brincaram
lá onde o caniço está partido
onde está a árvore que sabe das coisas
ela que viu tudo, tudo
Um dia crescerão e
eles sabem tudo, eles sabem tudo
José Alberto Sitoe
Palavras ditas ...
Se eu gosto de poesia?
Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor... Acho que a poesia está contida nisso tudo."
Carlos Drumond de Andrade
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