Meu tão doce amor de mais ninguém,
Imaginado neste deserto
Destes dias, como único bem
Do caminho que segue incerto
- Onde o meu distante oásis te tem
Tão escondida, se foi desperto
Que sempre andei nesta vida sem
Nunca o encontrar para mim aberto?!...
Meu tão doce amor de mais ninguém,
Construí-te na dura memória
Como a flor mais rara que se tem,
Como a flor mais doce e mais madura,
Que jamais alguém um dia viu,
Mas só amargura em mim floriu!...
António Cardoso
(escrito no Tarrafal em 08.06.1971)
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